– O que é uma moratória de crédito e como funciona?
– Quando é que terminam as moratórias?
– Saiba todas as dicas para renegociar as moratórias com o seu banco.
O que é uma moratória de crédito e como funciona?
Com a pandemia instalada no país, os Bancos avançaram com uma solução para muitas famílias de forma a protegê-las da imediata impossibilidade de pagamento dos empréstimos, essencialmente no segmento do crédito à habitação.
A essa solução dá-se o nome de moratória de crédito que, permite o adiamento temporário do pagamento das prestações de um empréstimo com o aumento do prazo.
Portanto, os empréstimos são temporariamente suspensos. Mas, em termos teóricos, isso não significa que as mensalidades em causa não tenham de ser pagas. Significa apenas, que esses valores serão pagos mais tarde.
Pois, caso tenha pedido uma moratória de crédito deve ter acordado previamente a opção de pagar apenas juros ou simplesmente não pagar a sua prestação mensal.
Neste último caso, os bancos irão contabilizar os juros decorridos durante o período de suspensão do crédito e adicionam-nos ao capital em dívida, ajustando o plano de reembolso quando a moratória terminar.

Quando terminam as moratórias?
Caso tenha aderido à moratória pública até 30 de setembro de 2020, a duração que estava prevista até 31 de março de 2021 foi alargada até 30 de setembro de 2021.
Se aderiu até 31 de março de 2021, a moratória tem a duração de nove meses, terminando, caso o crédito não tenha beneficiado de nenhuma moratória, no limite até 31 de dezembro de 2021.
Se, por outro lado, aderiu à moratória privada, os prazos variam consoante o crédito contratado:
- Para créditos habitação e outros créditos hipotecários: 31 de março de 2021.
- Para créditos pessoais: validade de 12 meses até à data limite de 30 de junho de 2021.
Já pensou em renegociar as moratórias?
Saiba todas as dicas para renegociar as moratórias com o seu banco.
- Consolidar Créditos
Para pessoas que acabaram por adquirir mais do que um crédito. Optar por um crédito consolidado pode ser uma boa forma de contornar o fim das moratórias.
Tal como o nome indica, a consolidação de créditos é uma solução que lhe permite juntar todos os seus créditos num só e ficar com uma taxa fixa, um prazo fixo e apenas uma prestação mensal, possivelmente até mais baixa e poderá pagar tudo apenas a uma só instituição.
Com a consolidação dos seus créditos estará, igualmente, a contribuir para levar a sua taxa de esforço (Encargos financeiros / Rendimento Líquido Total do Agregado x 100) para níveis saudáveis e, inclusive, conseguir poupar dinheiro.
- Baixar a taxa de juro
Apesar do fim das moratórias colocar os consumidores numa posição fragilizada, caso possua um spread acima de 2% é uma boa altura para renegociar a taxa de juro, uma vez que os valores praticados atualmente se encontram abaixo desta fasquia.
Caso a TAEG (taxa anual de encargos efetiva global que reflete todos os custos do empréstimo, incluindo juros e comissões) não lhe for benéfica, confronte o seu banco. Para baixar o spread, se o banco lhe exigir a contratação de mais um produto financeiro faça bem as contas, uma vez que o mais provável é encarecer a TAEG e o crédito ficar mais caro a longo prazo.
- Alargar prazo do empréstimo
A juntar à renegociação das taxas de juro, tem também a possibilidade de pedir um alargamento do prazo do empréstimo.
Caso a resposta do seu banco seja afirmativa, terá mais tempo para amortizar o crédito o que significará uma prestação mensal mais reduzida, mas um aumento da fatura final dos juros a pagar.
- Carência de capital
A carência de capital é uma modalidade que permite, durante um período de tempo, ficar a pagar apenas a parte da prestação referente aos juros. Desta forma, faz uma pausa à redução do capital em dívida, de forma que a prestação diminua significativamente durante esse período, pois só está a pagar juros.
Devido aos atuais valores negativos da Euribor, em muitos casos a taxa de juro no crédito à habitação é próxima de 0% ou mesmo negativa, o que significa que a prestação durante o tempo de carência pode ser bastante reduzida ou mesmo nula.
Pode, igualmente, negociar uma carência parcial, continuando, neste caso, a pagar uma parte do capital. Antes de partir para um pedido de carência de capital, procure junto do seu banco saber se esta solução se aplica à sua situação e quais as condições.
- Adiar o reembolso de capital
De modo a diminuir o valor das prestações que terá que saldar no fim das moratórias pode igualmente, pedir ao seu banco para remeter o reembolso de uma parte do capital para a última prestação do empréstimo. Apesar de reduzir o montante das prestações no imediato, prepare-se para última prestação muito elevada e um montante total de juros a pagar maior.
- Transferir o crédito
Contactou o seu banco, notificou-o do possível incumprimento, tentou renegociar, mas mesmo assim nada acontece. Nestes casos, se o seu banco não fizer o mínimo esforço para continuar a relação comercial consigo, pondere transferir o crédito para outra instituição que tenha inclusive melhores soluções.
- Recorrer ao PARI e ao PERSI
Caso já esteja a entrever que não terá os fundos suficientes para pagar os valores que ficaram para trás e nenhuma das soluções anteriores conseguiu resolver o seu problema, continua a ter o PARI (plano de ação para o risco de incumprimento) e o PERSI (procedimento extrajudicial de regularização de situações de incumprimento) a que pode recorrer para forçar a instituição de crédito a encontrar uma solução para o problema.
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Fique a par dos próximos artigos.
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